Ponto de tensão entre os Poderes, as informações do inquérito que apura a disseminação de fake news podem chegar ao processo de cassação da chapa de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O compartilhamento das provas pedido pelo PT, autor da ação, ganhou o apoio da Procuradoria-Geral Eleitoral. A defesa de Bolsonaro foi contra. A decisão será do ministro Og Fernandes, relator da ação, que já decidiu reabrir a fase de produção de provas.
O processo no TSE investiga se a chapa se beneficiou da contratação de empresas de disparos de mensagens em massa. Entre as provas a serem compartilhadas, estão os objetos apreendidos na operação há duas semanas contra blogueiros e empresários aliados de Bolsonaro.
Na manifestação ao TSE, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, citou o envolvimento do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, nos dois casos, para argumentar em favor do envio das provas.
Fique atento: o STF julgará hoje um pedido de arquivamento do inquérito das fake news. A tendência que a investigação seja mantida.
Aconteceu ontem: o TSE retomou o julgamento de duas ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão. O ministro Edson Fachin votou pela reabertura da fase probatória, e foi seguido por Tarcísio Vieira e Carlos Velloso Filho. Luís Felipe Salomão divergiu. E Alexandre de Moraes pediu vista.
O estado do Rio só tem dinheiro para pagar os salários de servidores até agosto, afirma o economista Guilherme Mercês, nomeado secretário estadual da Fazenda há 13 dias. Faltam R$ 6,4 bilhões, montante que permitiria o governo arcar com a folha de pagamento e manter a prestação de serviços públicos em 2020. Em entrevista, Mercês diz que sua missão principal é manter o Rio no Regime de Recuperação Fiscal, meta que deve receber parecer contrário do conselho que supervisiona o programa.
Em detalhes: o programa de ajuste fiscal foi citado pelo governador Wilson Witzel em pedido para “retomar o diálogo” com o presidente Jair Bolsonaro. Ex-aliados na campanha eleitoral de 2018, eles têm trocado acusações durante a pandemia. Ontem, Witzel amenizou as críticas. Interlocutores do presidente afirmam, no entanto que uma reaproximação é “impossível”.
O comércio de rua reabre as portas hoje em São Paulo, cidade mais afetada pela pandemia no país, com 5.118 mortes e 84.862 casos. A autorização prevê funcionamento das 11h às 15h, fora do horário de pico do transporte público, e exige redução da capacidade e adoção de protocolos de segurança. A prefeitura deve permitir a reabertura dos shopping centers a partir de amanhã.
Outro olhar: nenhum bairro da cidade escapou da pandemia. É o que mostra mapeamento de pesquisadores da USP a partir do CEP de pessoas hospitalizadas com a Covid-19 e síndrome respiratória aguda grave. O trabalho indica as hospitalizações registradas em cada rua e bairro e pode ajudar a implementar medidas territorializadas.
A epidemia e a crise que chega não garantem boas perspectivas para o presidente e seu projeto eleitoral
O que mais importa
Na pauta: o Senado tem acordo para votar hoje a MP 936, sobre suspensão do contrato de trabalho na pandemia, o que permitirá prorrogação do programa.
Contracheques e contra-ataques: Bolsonaro propôs reduzir salário de parlamentares para aumentar valor de auxílio emergencial. Maia disse que aceita redução nos três Poderes.
Debate concentrado:nove em cada dez tuítes sobre mudanças no número de mortos por Covid-19 foram críticos ao governo Bolsonaro.
A reformulação dos programas sociais do governo federal tem um objetivo político claro: garantir ao presidente Jair Bolsonaro marca própria numa área de extrema importância, que possa mostrar, de todas as formas, durante as eleições de 2022, afirma Renato Andrade
Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira e Infectologia, e Paulo Boss, ex-representante do Brasil na OMS, analisam o estudo sobre o poder de contaminação de assintomáticos e seu uso político
De modelo virtual a cão-robô, uso da autômatos cresce em situações-limite e levanta questão usual na ficção: estamos preparados para conviver com eles?