O presidente eleito, Jair Bolsonaro, aposta no fatiamento da reforma da Previdência para conseguir aprovar novas regras em seu primeiro ano de governo. Para evitar que o texto que está sendo preparado pela equipe econômica fique parado no Congresso, a estratégia discutida no momento é enviar, primeiro, uma proposta de alteração nas regras de aposentadoria para servidores públicos, o que exige uma emenda à Constituição, ou seja, quórum mais alto no Legislativo. Em seguida, o futuro governo deve tentar aprovar outras mudanças por projetos de lei.
Idade mínima e capitalização As principais diretrizes estão sendo discutidas na transição do governo. Bolsonaro defende que seja fixada uma idade mínima para todos os trabalhadores. Ele também pretende manter a diferença de idade para aposentadoria entre homens e mulheres.
A criação do sistema de capitalização ficaria para a segunda etapa da reforma. O novo modelo é defendido pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e deve valer para novos trabalhadores.
Impactos e consequências Para a colunista Míriam Leitão, o fatiamento será um erro: “é o caminho para não fazer reforma alguma porque a tramitação seria lenta demais”. Ela avalia que a confiança no futuro governo expressa por integrantes do mercado financeiro pode desmoronar diante da falta de pressa ou empenho em aprovar novas regras.