Mais de 27 mil brasileiros morreram em decorrência da Covid-19, e o Brasil tornou-se o quinto país com mais mortes na pandemia, superando a Espanha. O Ministério da Saúde confirmou 27.878 casos fatais, sendo 1.124 registrados nas últimas 24 horas — é o quarto dia seguido com mais de mil óbitos. Desde domingo, foram contabilizadas 5.865 mortes no país.
O país voltou a ter recorde de novos casos notificados nesta sexta-feira. Foram 26.928 desde ontem, o que elevou o total de infecções a 465.166.
O que está acontecendo: São Paulo passou de 100 mil casos confirmados de coronavírus — são 101.556. No mundo, apenas 12 países já superaram essa marca. O número de mortes chegou a 7.275. Nesta sexta-feira, o governador João Doria incluiu os municípios da região metropolitana nos mesmos critérios válidos para a capital e cidades do interior que decidirem retomar as atividades.
Enquanto isso, o Rio de Janeiro, que também mira a reabertura, superou o patamar de cinco mil mortes — 5.079 — e soma 47.953 testes positivos para a Covid-19. Hoje, a Justiça suspendeu o decreto do prefeito Marcelo Crivella que autorizava o funcionamento de igrejas e templos religiosos na capital do estado.
Metade dos brasileiros avalia como ruim ou péssima a forma como o presidente Jair Bolsonaro conduz as ações contra a pandemia, mostrou pesquisa Datafolha. A insatisfação com o Palácio do Planalto aumentou 17 pontos percentuais comparado a março. A avaliação do Ministério da Saúde, que havia chegado a 76% de aprovação, caiu para 45%.
Aconteceu hoje:Bolsonaro condecorou parlamentares, ministros de seu governo, entre eles Abraham Weintraub (Educação), e o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Weintraub prestou depoimento à Polícia Federal, no caso envolvendo o pedido de prisão dos integrantes do Supremo Tribunal Federal. O ministro permaneceu em silêncio.
Enquanto isso, mais da metade dos procuradores do Ministério Público Federal assinaram manifesto que defende a escolha do PGR por meio da lista tríplice. O gesto foi interpretado como um recado do descontentamento com Aras. O procurador-geral minimizou o abaixo-assinado: “Nesses termos, até eu assinaria”.
E o partido Rede Sustentabilidade desistiu de ação que pedia o fim do inquérito sobre fake news e ataques aos ministros do STF. Agora, a sigla defende a continuidade das investigações. Alvos da investigação estiveram com Bolsonaro no Palácio da Alvorada no último sábado.
O que foi dito: o ex-ministro Sergio Moro disse que Bolsonaro não vetou dois pontos do projeto anticrime para proteger o filho Flávio Bolsonaro.
A economia brasileira teve uma retração de 1,5% no primeiro trimestre deste ano, resultado esperado por economistas e considerado pelo Ministério da Economia como expressão do “fim da recuperação econômica” do país. Com a queda, o Produto Interno Bruto (PIB) voltou ao patamar de 2012.
A queda de 1,6% do setor de serviços puxou o resultado do PIB — foi a maior desde a crise global de 2008. A indústria caiu 1,4%. O consumo das famílias teve o pior resultado desde 2001. Por outro lado, a agropecuária registrou alta de 0,6%, impulsionada pela safra recorde de soja e a produção de arroz.
O que deve acontecer: o tombo deve ser pior no segundo trimestre, já que as restrições decorrentes da pandemia do novo coronavírus começaram a ser impostas em meados de março. Analistas projetam queda superior a 10% no período.
O que foi dito: o ministro da Economia, Paulo Guedes, celebrou o desempenho das exportações, disse que a queda no ano pode ser menor do que a estimada e pediu compreensão e colaboração de todos. “Se brigar a bordo do barco, o barco naufraga”, afirmou. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o recuo pode ser de 5%.
Analítico: Guedes acredita que o país tem condições de sair da crise econômica, porque “os sinais vitais da economia estão mantidos”. Mas uma saída rápida do buraco em que o PIB mergulhou depende do que o Brasil não tem, afirma Renato Andrade.
As críticas agressivas do presidente Jair Bolsonaro levaram os ministros do Supremo Tribunal Federal a se unir de forma inédita em defesa da instituição. O entendimento entre os magistrados é de que não haverá ofensiva do governo, apesar das agressões. Para eles, é hora de se concentrar nas atividades da Corte e “não se igualar” aos ataques.
O que acontece agora: uma próxima medida do STF pode vir de uma iniciativa da Procuradoria-Geral da República, que pediu novas diligências contra aliados de Bolsonaro, desta vez no inquérito que investiga manifestações antidemocráticas. O presidente participou de um desses atos, em Brasília.
O que foi dito: ontem, Bolsonaro elogiou o procurador-geral Augusto Aras e sugeriu que ele pode ser indicado ao STF, caso surja “uma terceira vaga” na Corte. Até 2022, ano em que termina seu mandato, Bolsonaro poderá indicar dois nomes ao tribunal.
O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, aventou a possibilidade de as Forças Armadas atuarem para pôr “panos quentes” na relação entre os Poderes. O vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, ambos generais da reserva do Exército, negaram risco de golpe de Estado.
Outro olhar: apoiadores de Bolsonaro intensificaram a militância nas redes sociais contra o STF após a operação que investiga empresários e blogueiros aliados ao governo. O repórter Guilherme Caetano rastreou o início da mobilização.
O desemprego avançou no país para 12,6% no trimestre encerrado em abril, já impactado pela paralisação de atividades provocada pela pandemia do novo coronavírus. São 12,8 milhões de pessoas em busca de trabalho, indicam dados do IBGE.
A crise, no entanto, é mais intensa para o trabalhador informal. Dos 4,9 milhões de brasileiros que perderam o emprego no trimestre, 3,7 milhões eram profissionais sem carteira assinada.
Em paralelo: o auxílio emergencial de R$ 600 destinado aos informais deve ser prorrogado para além dos três meses previstos, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. A equipe econômica debate a ampliação da medida, com redução do valor mensal.
Em detalhes: o governo gastou R$ 59,4 bilhões em abril com as medidas contra os efeitos da pandemia. Naquele mês, as contas públicas registraram rombo de R$ 92,9 bilhões, o pior resultado desde 1997.
Aconteceu ontem: a Câmara aprovou o texto principal da medida provisória 936, que permite a redução de jornada e salário de trabalhadores por até três meses. Parlamentares alteraram o texto para permitir que o governo prorrogue esse período, por decreto. A MP ainda será analisada pelo Senado.
O Rio parece condenado a não apenas incorporar crises nacionais, como também exacerbá-las
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