O Brasil renovou o recorde de mortes registradas em 24 horas, ao acrescentar 1.188 casos fatais a lista de óbitos ligados à Covid-19, que agora contabiliza 20.047 casos. Nesta quinta-feira, o país também superou a marca de 300 mil infecções pelo novo coronavírus: 310.087 pessoas testaram positivo. Veja os casos contabilizados em cada estado.
O que foi dito: Bolsonaro disse reconhecer a gravidade da pandemia, mas reclamou de “propaganda muito forte” sobre o vírus. “Trouxe o pavor para o seio da família brasileira”, afirmou.
Prognósticos: a interiorização do coronavírus no país é “inevitável”, afirmou Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde. Ele disse que grandes cidades do Norte e Nordeste têm registrado redução de casos e fez alerta para as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste: é tempo de “se preparar para o combate”.
Em paralelo: o comitê científico que auxilia governadores do Nordeste recomendou a adoção de lockdown em grandes cidades de quatro estados.
Em foco: 113 médicos morreram no Brasil com o coronavírus. São quase dois por dia desde o primeiro registro de óbito ligado à Covid-19 no país.
O Rio de Janeiro deve começar a reabrir o comércio e o setor de serviços nos próximos dias, afirmou o prefeito Marcelo Crivella, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Crivella levará para o comitê científico do município um plano de retomada elaborado com empresários. Após o encontro, Bolsonaro disse que o país está na “iminência de abrir o comércio”.
O que foi dito: Crivella declarou que o município do Rio tem leitos e respiradores disponíveis nos hospitais. No entanto, nesta quinta-feira, dados da prefeitura indicaram 436 pessoas na fila de espera por vagas em leitos do SUS para a Covid-19 na cidade. A capital soma 2.376 mortes.
Em paralelo: Duque de Caxias, segundo município com mais mortes no Estado do Rio, decidiu reabrir o comércio na próxima semana.
O presidente Jair Bolsonaro decidiu sancionar a lei que determina regras para o socorro de R$ 60 bilhões a estados e municípios depois de ter uma reunião em tom conciliatório com os governadores. No encontro virtual, Bolsonaro recebeu apoio para vetar o trecho aprovado pelo Congresso que autoriza reajustes salariais a servidores públicos — assim, o funcionalismo terá vencimentos congelados até 2021.
Detalhes: governadores pediram a suspensão do pagamento de dívidas bancárias. Eles querem que o Tesouro Nacional arque com as obrigações durante a pandemia. O Ministério da Economia é contra, conta Míriam Leitão.
Em paralelo: depois do chamado “orçamento de guerra”, o Congresso aprovou projeto de lei que permite que o governo descumpra a Regra da Ouro, mecanismo que impede a emissão de dívidas para pagar despesas correntes. Na prática, o projeto abre crédito de R$ 346,6 bilhões.
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Outras notícias importantes do dia
Limites: o STF restringiu o alcance da MP de Bolsonaro que livra agentes públicos de processos civis ou administrativos por ações na pandemia.
Cloroquina: o Ministério da Saúde voltou atrás e incluiu em novo protocolo a assinatura de funcionários do órgão, mas sem a firma do ministro interino.
Nas ruas: São Paulo teve adesão de 51% ao isolamento social no primeiro dia do feriadão, índice abaixo do esperado por autoridades sanitárias.
Sem tempo: o atraso de uma semana em impor medidas de distanciamento resultou na morte de 36 mil pessoas nos EUA, diz estudo.
Disk-Covid: a Bélgica está controlando a expansão do coronavírus por telefone. Infectados recebem ligações todos os dias para rastrear contatos.
Planos na mesa: o COI admitiu pela primeira vez cancelar os Jogos de Tóquio, já adiados para 2021, se o coronavírus não for controlado.
Portas fechadas: 85 mil instituições culturais do mundo fecharam temporariamente durante a pandemia. A Unesco estima que 13% dos museus não voltarão a abrir.