O ESSENCIAL: Bolsonaro endossa ato antidemocrático, e Brasil passa de 100 mil casos de Covid-19

E mais: década perdida na economia, novos sintomas do coronavírus, o progresso de Portugal
Caso não esteja visualizando corretamente esta mensagem, acesse aqui.
RIO, 4 DE maio de 2020
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
Olá, bom dia.

Confira as principais notícias do dia.

Boa leitura!
 
A participação do presidente Jair Bolsonaro em novo ato antidemocrático provocou críticas e manifestações de repúdio por parte de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de governadores e de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Da rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro disse ter chegado “ao limite” e que não toleraria mais “interferências” de outros Poderes. O presidente, que na véspera havia se reunido com ministros e chefes militares, disse ter o apoio das Forças Armadas.

Reação: Maia afirmou que “cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror”. O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, se disse preocupado com a referência a um suposto apoio das Forças Armadas: “não se deve arremesá-las ao varejo da política”. A Procuradoria-Geral da República vai investigar o caráter antidemocrático das manifestações. Veja outras declarações de repúdio.

Em detalhes: apoiadores de Bolsonaro agrediram jornalistas que trabalhavam na cobertura do ato. As agressões ocorreram na data em que foi celebrado o Dia Mundial da Liberdade da Imprensa e geraram notas de repúdio de associações de jornalistas e integrantes do STF.

Contexto: Bolsonaro tem expressado seu desagrado com decisões do STF sobre medidas de seu governo. Um dos pontos de insatisfação é o inquérito que apura as acusações do ex-ministro Sergio Moro, que prestou depoimento à Polícia Federal no sábado. Moro disse que um vídeo gravado pela Presidência mostra que Bolsonaro o ameaçou para substituir o superintendente da PF no Rio. Ele também entregou conversas pelo celular com o presidente nos últimos 15 dias.

Fique atento: Bolsonaro disse que nomeará hoje um novo diretor para a Polícia Federal. Na semana passada, a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, ligado à família do presidente, foi suspensa por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
 
O Brasil tornou-se o nono país a ultrapassar a marca de cem mil casos do novo coronavírus ontem, quando atingiu 101.147 infecções, e já é o sétimo com mais mortes, com 7.025 óbitos confirmados pelo Ministério da Saúde. O número real, no entanto, é maior, devido à alta subnotificação. O Imperial College, de Londres, projeta que até o pico da pandemia 20 milhões de pessoas podem ser infectadas, e até 60 mil morreriam.

Em detalhes: o país registrou 4.588 novos casos e 275 óbitos nas últimas 24 horas. O Rio de Janeiro, segundo estado com maior número de casos, chegou a 1.019 vítimas fatais. São Paulo, o primeiro da lista, tem 2.627 mortes. Veja os números de cada estado.

O que está acontecendo: o Brasil segue essa escala ascendente devido a políticas de saúde pública desencontradas, falta de testes para pacientes e baixo engajamento ao isolamento social, afirmam especialistas.

Panorama: a pandemia já se mostra mais letal na periferia do que em regiões mais ricas de São Paulo. Médicos e acadêmicos preveem que a doença vai castigar com mais força a parcela da população que historicamente sofre com a desigualdade social. Ao se espalhar por cidades do interior, que têm menor infraestrutura hospitalar, o vírus fará com que pacientes busquem unidades de saúde das capitais. Neste momento, a rede pública já enfrenta sinais de colapsos em estados como Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão. E hospitais privados seguem a mesma rota: a média de ocupação já é de 80% no Rio.
 
Atropelada pela pandemia, a década que se encerra em 2020 selou o pior desastre econômico do país em 120 anos. O Produto Interno Bruto (PIB) do país deve fechar a média do decênio iniciado em 2011 entre 0,1% e 0,3%, a depender dos impactos da crise do coronavírus. A pior década até agora havia sido a de 1990, com expansão média de 1,6%.

Por que isso importa: a “década perdida” coloca incógnitas no futuro da juventude brasileira, que enfrentará uma recuperação incerta sob a sombra do coronavírus, desemprego e desigualdade mais elevados e freio à mobilidade social, segundo especialistas.

Entrevista: a situação econômica atual vai afetar várias gerações no mercado de trabalho, afirma o economista Naercio Menezes Filho, do Insper. “O impacto será maior para os menos escolarizados e para os negros. Crises como essas sempre tendem a ampliar as desigualdades”, diz.
Uma aliança pela vida pressupõe uma tática diferente da radicalização que produziu Bolsonaro
Viu isso?
Muito além da tosse: médicos e pesquisadores têm listado novos sintomas relacionados à Covid-19, e doença se mostra mais perigosa.
Vírus nos presídios: o Rio registrou a primeira morte de presos por Covid-19 no Complexo Penitenciário de Gericinó.
Pacote de socorro: governadores e prefeitos criticaram texto aprovado no Senado, e que vai à Câmara, sobre auxílio da União de R$ 60 bilhões e pressionam por aumento do valor do repasse.
Tendência on-line: com lojas físicas fechadas, o comércio eletrônico ganhou ao menos 4 milhões de novos clientes durante a pandemia.
Links falsos: a Febraban registrou alta de 44% em golpes financeiros na internet que roubam dados para acessar contas bancárias ou cartões.
Sinais de alívio: a Itália teve 174 mortes ontem, o menor número diário desde o início do confinamento. País começa a relaxar a quarentena hoje.
Futebol: o governo do Rio reforçou veto à volta dos treinos, desejado pelo Flamengo. Fluminense, Vasco e Botafogo vão aguardar autorização explícita de autoridades.
José Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ministra da Saúde portuguesa, Marta Temido, explica a retomada das atividades e relatam o temor de uma segunda onda da doença no país
Para ler com calma
Fotógrafo brasileiro cria manifesto para evitar ‘genocídio indígena’. Em entrevista, fala sobre mudança global de valores e esperança sobre o futuro
Usuários apostam na nostalgia ao criar listas no Spotify e recorrem aos cânones da música no Deezer, em busca de laços afetivos com as canções
Estas são as principais notícias desta manhã.  Aproveite e receba as outras newsletters do GLOBO. Inscreva-se aqui.

Obrigado pela leitura!
(21) 4002-5300 - Capitais e grandes cidades | 0800 021 8433 - Demais localidades
Ainda não é assinante do Globo? Ligue 4002-5300 ou acesse ›
Esse email foi enviado para sjcorpchen.mail005@blogger.com
Caso não queira mais receber esta newsletter diária acesse esse link.