Até cinco mil empresas devem pedir recuperação judicial no país em 2020 em meio à forte queda da atividade econômica. Setores que mais sofreram até agora com a pandemia do novo coronavírus devem ser afetados em particular, como a aviação civil e o turismo, afirmam especialistas.
Dimensão: o recorde anual é de 1.836 pedidos de recuperação, registrado em 2016. No ano passado, 1.387 empresas pediram proteção da Justiça para reorganizar os negócios e evitar o fechamento.
O que está acontecendo: o colapso atinge diferentes setores. Nos últimos dias, a Universidade Cândido Mendes, a Expresso Pégaso, uma das maiores empresas de ônibus do Rio, e o conglomerado João Fortes , dono de 63 empresas, pediram recuperação judicial.
Em foco: especialistas preveem impactos extremos em cadeias produtivas que dependem da movimentação de pessoas. Entre elas, está a indústria automobilísticas, que iniciou a retomada gradual de sua operação no país. O setor registrou em abril o pior mês desde sua instalação.
Contexto: o governo espera uma retração de 4,7% da economia em 2020. No início do ano, porém, projetava crescimento acima de 2% — a projeção otimista levou a investimentos e, em seguida, com a pandemia, a uma reversão brusca de expectativa, o que ampliou dificuldades de caixa nas empresas.
Alvo de uma investigação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador do Rio, Wilson Witzel, ignorou dois pareceres jurídicos para dar aval ao Instituto Unir Saúde, organização social que está no centro da Operação Favorito, desencadeada pela força-tarefa da Lava-Jato. Procuradores afirmam que o Unir tem como sócio oculto o empresário Mário Peixoto, que foi preso.
Entenda: o Unir Saúde é responsável pela administração de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e tinha sido proibido de fazer contratos com o poder público em outubro, após constatação de irregularidades na prestação de serviços. No entanto, um ofício assinado por Witzel em março deste ano revogou a proibição.
Em paralelo: a Secretaria estadual de Saúde detectou irregularidades em um contrato de R$ 166 milhões, sem licitação, para execução dos serviços do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O que está acontecendo: os sete hospitais de campanha anunciados pelo governo do Rio estão atrasados. Apenas parte da estrutura da unidade de Madureira começou a funcionar. Juntos, eles vão oferecer 1.300 leitos. Ontem, o estado tinha 668 pessoas na fila de espera por vagas de terapia intensiva e enfermaria.
Paulo Guedes tem politizado o seu ministério ao se lançar contra adversários do presidente. Deveria ser o ponto de equilíbrio
Viu isso?
Centrão: o governo nomeou indicado do PL, partido de Valdemar Costa Neto, para diretoria do FNDE, fundo que gere R$ 54 bilhões. PP indicou nome para a presidência.
Por aparelhos: o Ministério da Saúde informou ter repassado 823 respiradores aos estados, menos da metade do previsto para maio.
Ainda preocupa: caiu o parâmetro que indica quanta pessoas um indivíduo com Covid-19 contagia no país, para 1,4. Significa que dois brasileiros transmitem o coronavírus para outros três.
Educação: após pressão de estudantes, o Inep admitiu que pode rever a data do Enem deste ano.
Estudo do fim: tramita no governo, em sigilo, uma proposta para extinguir a Fundação Casa Rui Barbosa e transformar o imóvel em museu.
Lava-Jato: o TRF-3 rejeitou pedido da força-tarefa e manteve rejeição de denúncia contra o ex-presidente Lula e seu irmão Frei Chico.