Os cargos negociados entre o governo Jair Bolsonaro e partidos do centrão, como PP, PL, Republicanos e PSD, têm um orçamento somado de R$ 86 bilhões em 2020. As presidências e diretorias desses órgãos são cobiçados por políticos pelo poder regional que representam.
O que está em jogo: o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) tem o maior orçamento entre os cargos negociados. O PP tenta emplacar no comando Marcelo Lopes Pontes, ex-chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PP). O partido também negocia indicação para o o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
O Banco do Nordeste está sendo negociado com o PL, partido de Valdemar Costa Neto, ex-deputado federal condenado no mensalão. E a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), cobiçada por PSD, PP, PL e Republicanos, ficará com o DEM.
Mais de 2,8 milhões de pessoas perderam seus empregos no país em 2020. Somente na primeira quinzena de maio, 504.313 trabalhadores pediram o seguro-desemprego, segundo dados do Ministério da Economia. O contingente representa salto de 76,2% nas requisições do benefício comparada aos primeiros 15 dias do mês no ano passado.
Detalhes: o ministério estima que pelo menos outras 250 mil pessoas demitidas em maio têm direito ao benefício, mas ainda não solicitaram. E projeta que o país deve encerrar o ano com uma perda de 3 milhões de postos de trabalho formais.
Em paralelo: o governo prepara uma medida provisória para liberar mais R$ 28 bilhões para que a Caixa Econômica Federal continue a pagar o auxílio emergencial de R$ 600. O custo do programa destinado a trabalhadores informais saltará para R$ 152 bilhões. O banco já repassou R$ 49,9 bilhões.
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