O ESSENCIAL: Com coronavírus, firmas brasileiras já perderam R$ 54,4 bi em valor

E mais: crise da água no Rio, retomada do STF, discografia brasileira, jogos de Flamengo e Fluminense
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RIO, 4 de fevereiro de 2020
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Cinco grandes empresas brasileiras perderam R$ 54,4 bilhões em valor de mercado entre o último dia 23 de janeiro e ontem, período em que o surto de coronavírus se agravou. A Vale acumula a maior desvalorização, de R$ 23,5 bilhões, seguida pela Petrobras, de R$ 17 bilhões. A Suzano, a JBS e a BRF completam a lista.

O que está acontecendo: a oscilação do mercado internacional provocada pela ameaça viral é um risco para as commodities, grande atrativo da produção brasileira. Além disso, 28% das exportações nacionais têm a China, epicentro do coronavírus, como destino. A Petrobras vende 72% de suas exportações para os chineses. No caso da Vale, 41,7% de sua receita líquida provém da venda de minério de ferro para o país.

Efeito colateral: a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,7 bilhão, o que representa o pior janeiro desde 2015. Exportações caíram 20,2% em relação ao mês em 2019.
 
O governo brasileiro vai declarar estado de emergência em saúde pública para o coronavírus, mesmo sem ter casos confirmados no país. O ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) disse que a medida facilitará ações de combate ao vírus, incluindo o resgate de brasileiros na China. O grupo deverá ser mantido em quarentena em base militar em Anápolis (GO).

Bastidores: o presidente Jair Bolsonaro decidiu enviar ao Congresso um projeto de lei para regulamentar a quarentena no país. Ele pretendia editar uma Medida Provisória, mas mudou de ideia após orientação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Em paralelo: autoridades chinesas atualizaram para 425 o número de mortos pelo vírus. Infectados já somam 20.438 pessoas. Em Wuhan, marco zero do coronavírus, o governo ergueu um hospital em dez dias para abrigar pacientes contaminados. Veja fotos.

Direto da China: “Não saio do meu quarto há mais de uma semana”, afirma Tomás Marchesini, de 28 anos, professor de Português na Universidade de Hubei. Em quarentena, ele é um dos brasileiros que pediu ajuda para deixar o país.
 
Depois da contaminação da água por geosmina, a Cedae encontrou detergente no manancial do sistema do Guandu e fechou as comportas de captação na estação de tratamento do local. A empresa alegou objetivo de garantir a segurança hídrica das regiões atendidas — a estação abastece as casas de nove milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio — e pediu que a população economize água.

O que acontece agora: o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) coletará amostras da água para testes. A Cedae não informou quando o abastecimento será restabelecido.

Em paralelo: a crise hídrica tem levado escolas particulares do Rio a incluir água mineral na lista de material pedido aos pais de alunos.
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