O ex-governador do Rio Sérgio Cabral assinou acordo de delação premiada com a Polícia Federal. A colaboração foi enviada em novembro ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, a quem caberá decidir sobre a homologação. Integrantes com foro especial no STF foram citados. Cabral está preso desde novembro de 2016, foi denunciado 30 vezes e condenado em 12 processos.
O que sabemos: Cabral prestou depoimento à PF durante dois meses. Ele citou dezenas de políticos e narrou relação com integrantes do Judiciário, incluindo ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Fontes afirmam que há poucas provas documentais, mas Cabral forneceu caminhos de provas e há informações para abertura de novas frentes de investigação. O ex-governador se comprometeu a devolver R$ 380 milhões.
Bastidores: o acordo havia sido rejeitado pela força-tarefa da Lava-Jato no Rio. Em parecer enviado hoje ao Supremo, o procurador-geral Augusto Aras diz que a colaboração está fora dos requisitos legais.
O legado da Lava-Jato entrou em debate após declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, rebatidas pelo coordenador da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol. Toffoli afirmou que a operação foi importante, “mas destruiu empresas”, o que “jamais aconteceria nos Estados Unidos”. Deltan disse que a afirmação é uma “irresponsabilidade”.
O que foi dito: a crítica de Toffoli se estendeu ao Ministério Público, ao dizer que a instituição deveria ser mais transparente. O presidente do STF ainda avaliou Jair Bolsonaro e o governo: “tem pessoas e áreas de excelência funcionando muito bem”. E comentou mudança de entendimento da Corte sobre a prisão em segunda instância.
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