Catorze estados brasileiros excedem o limite de gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 60% das receitas. O Rio de Janeiro faz parte do grupo. Minas Gerais tem o maior índice: 79,18% dos ganhos estão comprometidos. Os dados são do Tesouro Nacional.
A pressão sobre as finanças é provocada, na maior parte dos estados, por aumentos expressivos no gasto com inativos — a quantidade desses servidores cresceu, em média, 25% entre 2012 e 2017. Enquanto isso, as receitas regionais ficaram estagnadas.
Nas mãos de Paulo Guedes A colunista Míriam Leitão analisa as causas do nó fiscal, que ficará de herança aos futuros governadores e será um dilema para o próximo presidente. Em busca de saídas, o grupo vai se reunir com Jair Bolsonaro nesta quarta-feira. “Eles querem o que eu também quero: dinheiro”, disse o eleito sobre o encontro.
No entanto, o grupo não deve receber sinalizações de como o governo pretende lidar com as dificuldades financeiras. Bolsonaro deve passar as demandas para a equipe econômica, liderada por Paulo Guedes, futuro ministro da Economia.
A tesoura de Bolsonaro O atual ministro do Planejamento, Esteves Colnago, entregou a Paulo Guedes documentos com diagnóstico e propostas para as contas públicas. A repórter Gabriela Valente revela as medidas sugeridas: uma delas seria editar um decreto dias após a posse para impedir reajustes e correções em programas. Vejas as sugestões.
Enquanto isso, Bolsonaro defende um corte de “no mínimo” 30% dos cargos comissionados no governo federal. Ele pretende reduzir vagas para indicados políticos. Sua equipe já trabalha com dados enviados pela atual administração: são mais de 23 mil postos de trabalho.
Na terça-feira, Bolsonaro cobrou do presidente Michel Temer o veto à proposta de reajuste salarial para ministros do Supremo Tribunal Federal.
Funcionários vão receber até dois salários extras como participação de lucros, o que é questionado pela CGU; perdas no trimestre chegam a R$ 1,6 bilhão