O governo de Cuba anunciou que deixará o programa Mais Médicos, que tem, em seus quadros, mais de oito mil médicos cubanos, segundo os dados mais recentes. Autoridades do país atribuíram a decisão a declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que havia manifestado oposição aos termos do acordo e comparado as condições de trabalho dos cubanos à escravidão.
No Twitter, Bolsonaro disse que Cuba não aceitou suas condições: aplicar teste para medir capacidade dos profissionais e dar a eles salário integral — pelas regras atuais, parte do valor pago pelo Brasil fica com o governo da ilha. Depois, o futuro presidente repetiu a analogia à escravidão e questionou qualidade do programa: “Duvido que alguém queira ser atendido pelos cubanos”.
O repórter Igor Mello revela que, sem os cubanos, o Mais Médico não teria chegado a 1.446 municípios, mais de um terço do alcance do programa. Desde 2013, ano de sua criação, a adesão dos profissionais de Cuba foi maior do que a de médicos brasileiros.