EM QUARENTENA: País chega à 4ª morte, e ministros e presidente do Senado contraem coronavírus
E mais: ajuda a trabalhadores, entrevista de Bolsonaro, novo panelaço, lei de guerra nos EUA
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18 de MARÇO de 2020
Olá, boa noite.
O GLOBO enviará aos leitores, a partir de hoje, uma newsletter que reúne as principais notícias sobre a pandemia de coronavírus e dicas sobre prevenção ao contágio e a vida em tempos de isolamento social.
O governo vai repassar vouchers R$ 200 mensais a trabalhadores informais e desempregados de baixa renda como forma de conter efeitos econômicos da pandemia de coronavírus. A ação está prevista para durar três meses, deve atingir até 20 milhões de pessoas e custar R$ 15 bilhões. A medida é uma forma de proteger trabalhadores sem carteira assinada, que não haviam sido contemplados no primeiro pacote econômico, afirmou o ministro Paulo Guedes (Economia).
Em paralelo: o Banco Central reduziu a taxa básica de juros de 4,25% para 3,75%, menor patamar da história, e sinalizou que a manterá no novo nível. O corte está alinhado a decisão de bancos centrais ao redor do mundo. O BC alertou para a “desaceleração significativa” do crescimento global.
A contaminação por coronavírus atingiu o primeiro escalão do governo e o comando do Congresso. Os ministros Augusto Heleno (GSI) e Bento Albuquerque (Minas e Energia) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre , testaram positivo para o vírus. O contágio no entorno do presidente Jair Bolsonaro já chega a 17 casos, entre integrantes da comitiva que viajou aos Estados Unidos.
Bastidores: Augusto Heleno esteve três vezes com Bolsonaro depois de fazer o exame que confirmou a contaminação. Ele também se reuniu com dois ministros e com outras 14 pessoas, segundo agenda oficial.
O que foi dito: Bolsonaro reconheceu, pela primeira vez, a gravidade da pandemia durante entrevista coletiva junto de ministros, na qual todos usavam máscaras, e afirmou que não há motivo para histeria. O presidente negou ter incentivado protestos contra o Congresso no domingo, apesar de ter chamado a população a participar dos atos quando estava em Boa Vista e ter cumprimentado manifestantes em Brasília. O Palácio do Planalto declarou que não houve risco de Bolsonaro passar coronavírus para as pessoas durante a manifestação.
Depois do francês Emmanuel Macron, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparou o vírus à guerra, ao invocar uma lei da Guerra da Coreia (1950) para dar poderes extras ao governo na crise. O governo alemão disse que o vírus é o maior desafio do país desde a reconstrução após a Segunda Guerra Mundial. O Chile decretou “estado de catástrofe” e enviará militares às ruas. O Peru adotará toque de recolher. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, chamou o coronavírus de “inimigo da humanidade”.
Tensão no mercado:a Bolsa de São Paulo caiu 10,3%, mesmo após a adoção de mecanismo que interrompeu as negociações. O dólar atingiu novo recorde, cotado a R$ 5,19.