O ESSENCIAL: Na contramão do mundo, Bolsonaro quer fim do confinamento

E mais: João Doria, 'orçamento de guerra', histórias de cura
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RIO, 25 DE MARÇO de 2020
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Na contramão das medidas adotadas pelo mundo e da recomendação de autoridades de saúde, o presidente Jair Bolsonaro defendeu na noite desta terça-feira, em pronunciamento na TV, a reabertura do comércio e das escolas e o fim do “confinamento em massa” . Bolsonaro voltou a minimizar a pandemia, mesmo com o aumento de contaminações, criticou autoridades estaduais e acusou a mídia de espalhar “pânico”. A pandemia já registrou no mundo mais de 420 mil contaminados e 18 mil mortos; o Brasil já teve 46 mortos e 2.201 contágios.

Repercussão: o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, classificou a fala como “grave” e disse que “a nação espera do líder do Executivo seriedade e responsabilidade”. Governadores preparam uma reação conjunta. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que Bolsonaro “passou dos limites”. Especialistas que combatem a epidemia também condenaram as declarações. Houve panelaço em todas as regiões do país — em algumas, pelo oitavo dia seguido.

Bastidores: a avaliação de interlocutores de Bolsonaro é que o clima do Brasil pode ajudar as pessoas a resistirem aos efeitos da Covid-19 e citam o baixo número de mortes na Austrália.

Enquanto isso nos EUA: o presidente Donald Trump disse que pretende encerrar as medidas de confinamento no país até a Páscoa, em menos de três semanas. O objetivo é considerado muito arriscado por profissionais de saúde. O epidemiologista da Casa Branca, Anthony Faucis, que tem discordado de Trump em público , não endossou a meta. Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que os EUA, já com 56 mil contaminados, podem se tornar o epicentro da pandemia.
 
Governador de São Paulo, estado que contabiliza 40 mortes por coronavírus, João Doria (PSDB) avisa que o pior da crise ainda não chegou. “Essa é a verdade que não se pode esconder. Temos que estar preparados para ela” , disse o político em entrevista ao GLOBO. O tucano tem reunião marcada para hoje com o presidente Jair Bolsonaro, com quem já trocou críticas durante a atual crise. Na entrevista, Doria defende as medidas de seu governo, diz que o estado tem testes disponíveis e estima em pelo menos R$ 10 bilhões os prejuízos à economia paulista.

Enquanto isso no Rio: a Polícia Militar vai fichar pessoas que forem flagradas em praias e pontos turísticos durante a quarentena. A ação está prevista para durar 15 dias. As imagens vão abastecer banco de dados do Batalhão de Áreas Turísticas (BPTur). Em caso de reincidência, a pessoa será levada para a delegacia.

Em foco: o Estado do Rio contabiliza sete mortes ligadas ao coronavírus e 305 casos de contágio, incluindo um na Cidade de Deus, a primeira favela a registrar uma contaminação. Sem água e esgoto, com muitas pessoas vivendo em um único cômodo e em péssimas condições de higiene, moradores da comunidade relatam preocupação com o vírus.
 
Enquanto o Congresso negocia a votação de uma série de propostas de impacto econômico e fiscal para enfrentar a crise do coronavírus, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tenta articular a criação de um “orçamento de guerra”, que reuniria despesas emergenciais. O objetivo de Maia é evitar que o Orçamento de 2021 seja contaminado pelo aumento de gastos com a pandemia. No entanto, o texto da proposta gerou discordâncias entre parlamentares. Líderes têm demonstrado insatisfação com a forma como Maia vem conduzindo a crise.

Fique atento: está prevista para hoje a votação de um projeto que institui um benefício de R$ 200 mensais aos trabalhadores informais. Nos próximos dias, a Câmara deve votar o Plano Mansueto, que prevê ajuda federal aos estados que se comprometam em realizar ajustes fiscais.

Em paralelo: a equipe econômica fechou nova proposta para suspender contratos de trabalho, após o presidente Jair Bolsonaro recuar e revogar trecho da Medida Provisória 927. O novo texto reduz a duração da medida para até três meses e exige que o empregador negocie algum auxílio com o funcionário. Também deixa claro que o governo cobrirá despesas com ao menos R$ 15 bilhões.
A única avaliação possível do pronunciamento é de que o país é governado por uma pessoa insana. Como ele não pode ser isolado, Bolsonaro contamina a ação governamental e atrasa as medidas necessárias
O erro de desconsiderar a pandemia leva presidente a ficar na contramão da Ciência e do país
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Ação conjunta: seguindo tendência dos EUA, montadoras que operam no Brasil devem fabricar peças de ventiladores mecânicos e respiradores.
Detalhes da delação: Eike Batista contou que teve ajuda de seis bancos para manipular mercado, com operações que somaram US$ 1 bilhão.
Aproximação: Bolsonaro e o presidente chinês Xi Jinping conversaram por telefone, após crise diplomática provocada por Eduardo Bolsonaro.
Processo de cassação: parecer defende que o Senado declare a perda de mandato da senadora Selma Arruda (Podemos-MT).
Candido Bracher, presidente do Itaú
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