A Confederação Nacional da Indústria e outras entidades do setor reagiram com preocupação à decisão de Jair Bolsonaro (PSL) de incorporar o Ministério da Indústria e Comércio a uma superestrutura que incluirá, ainda, a Fazenda e o Planejamento, sob comando de Paulo Guedes. Dias antes da eleição, empresários deixaram reunião com Bolsonaro com a certeza de que a pasta seria preservada. Nesta terça-feira, o presidente da CNI, Robson Andrade, disse que países desenvolvidos, como Inglaterra e Estados Unidos, adotam políticas em sentido contrário, reforçando órgãos estatais voltados para temas empresariais.
À frente da Economia, Paulo Guedes deve se tornar o ministro mais poderoso que o Brasil já teve na democracia: terá em suas mãos o controle do caixa da União e também toda a programação orçamentária federal. Vai comandar o dia a dia da máquina pública, a gestão de pessoal, do patrimônio da União, além da secretaria de gestão das empresas estatais e a interlocução com o empresariado. A concentração de tanto poder, no entanto, pode oferecer riscos à gestão , avalia Martha Beck, já que áreas podem acabar negligenciadas.
Encontro com Moro Em outra polêmica do ministério, o juiz Sérgio Moro deve se encontrar amanhã, no Rio, com Bolsonaro para discutir o convite para ocupar o Ministério da Justiça, informa Ancelmo Gois. Se aceitar a proposta, ele pode enfrentar questionamentos nos processos da Lava-Jato, avaliam especialistas
Depois da vitória, a oração Na noite de terça, Bolsonaro participou do primeiro evento público após a vitória nas urnas. Foi a um culto evangélico na Zona Norte do Rio, com o pastor Silas Malafaia. Diante dos fiéis, disse que não é o mais preparado para a Presidência: “Eu tenho certeza que não sou o mais capacitado, mas Deus capacita os escolhidos”.
Em entrevista ao GLOBO, diz que o maior obstáculo para a ciência no país é o baixo nível de escolarização e sugere aproximação da academia com os setores industrial e empresarial