O governo federal anunciou um programa de recuperação econômica com objetivo de criar 1 milhão de empregos a partir da retomada de obras públicas. O plano prevê aportes de R$ 30 bilhões do Tesouro Nacional até 2022 em obras listadas pelo Ministério da Infraestrutura. Outros ministérios, como o do Desenvolvimento Regional e o de Minas e Energia, também preparam ações.
Internamente, a ação é propagandeada como uma versão brasileira do “Plano Marshall”, programa dos Estados Unidos de apoio a países aliados após a Segunda Guerra Mundial.
Bastidores: o governo avalia que os efeitos da crise se estenderão no ano que vem e que as medidas já lançadas, com impacto fiscal perto de R$ 300 milhões, são apenas paliativas.
Em detalhes: o programa é coordenado pelo ministro Walter Braga Netto (Casa Civil), sem a participação direta do ministro Paulo Guedes (Economia), que tem ressalvas ao aumento do gasto público. A equipe econômica prefere ampliar a concessão de crédito e estimular o protagonismo do setor privado na recuperação do país.
A ala formada por militares do Palácio do Planalto defende o aumento do gasto público por não acreditar em resultado no curto prazo do plano de privatizações e concessões. O secretário de Desestatização, Salim Mattar, disse que não haverá possibilidade de vender ativos este ano.
Em detalhes: o plano apresentado pelo governador paulista João Doria prevê a divisão do Estado de São Paulo em zonas segundo uma escala de risco. A evolução da doença nos próximos 15 dias vai determinar a situação de cada município. Setores econômicos com menor risco de contaminação serão os primeiros a retomar as atividades.
Outro olhar: casas de acolhimento para idosos do país registraram as primeiras mortes ligadas à pandemia. Dados oficiais mostram duas mortes em São Paulo e quatro no Espírito Santo.
Autoridades devem achar condições para manter o isolamento por mais tempo enquanto geramos dados mais fidedignos da epidemia. Relaxar restrições exige monitoramento contínuo
Equipamentos: a prefeitura do Rio obteve liminar da Justiça para receber 80 respiradores. A empresa, porém, diz que não tem contrato com o município e destina produção ao governo federal.