A pandemia do novo coronavírus pode já ter infectado 313.288 pessoas no país , segundo estimativas do portal Covid-19 Brasil, que reúne cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Brasília (UnB), entre outras. O mais recente boletim do Ministério da Saúde, que já admitiu subnotificação, aponta 23.430 casos confirmados. A modelagem do grupo, que tem acertado as projeções sobre a Covid-19, aponta que o número real é quinze vezes maior.
O que está acontecendo: o Brasil é um dos países que menos testam no mundo, embora seja o 14° mais afetado. Se o número de casos subnotificados projetado fosse considerado, seria o segundo do mundo, atrás somente dos EUA, que testam 8.866 pessoas por milhão, enquanto o Brasil faz 296 testes por milhão de habitantes.
Em detalhes: Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Distrito Federal fazem uma corrida contra o tempo para preparar o sistema de saúde para o ápice da epidemia, estimado pelo Ministério da Saúde para maio e junho. O reforço das medidas de isolamento também entra no radar dos governantes. Veja as ações de cada estado.
A Câmara dos Deputados aprovou, com 430 votos a favor e 70 contrários, um plano de socorro de R$ 89,6 bilhões a estados e municípios, para compensar perda de arrecadação de impostos na crise do coronavírus. O tamanho do pacote é mais que o dobro do que a equipe econômica queria gastar, e o texto não trouxe a contrapartida de congelamento de salários de servidores, sugerida pelo ministro Paulo Guedes (Economia). O texto ainda precisa ser analisado pelo Senado.
Bastidores: a aprovação piora o desgaste entre Guedes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Guedes, que desejava ampla desidratação do projeto e chamou a medida de “irresponsabilidade fiscal”, avalia sugerir que o presidente Jair Bolsonaro vete a proposta.
Entenda: o texto aprovado se concentra em duas medidas. A de maior impacto, que pode chegar a R$ 80 bilhões, é a previsão de que a União compense, entre abril e setembro, a arrecadação de ICMS e ISS de estados e municípios. Os R$ 9,6 bilhões restantes são referentes à suspensão da dívida dos entes federados com a Caixa Econômica Federal e o BNDES.