Passado um mês da primeira morte por Covid-19 no Brasil, o país registra avanço de casos fatais semelhante ao de alguns países onde o vírus já matou mais do que na China , como Bélgica, Alemanha, Holanda e Irã. As quatro nações contabilizam mais de 3.300 mortes, nível em que os chineses conseguiram estabilizar sua crise. No entanto, no caso brasileiro, que soma 1.924 casos fatais, faltam testes para identificar a amplitude da pandemia. Pesquisadores estimam que o número real de infectados seja 12 a 15 vezes maior que os 30.425 diagnósticos confirmados.
Ponto importante: o colapso do sistema público de saúde do país pode fazer o governo negociar o uso de leitos da rede privada. A medida foi implementada em países como o Reino Unido, Austrália e Espanha, mediante compensação financeira . Especialistas alertam que o Brasil está atrasado nessa discussão. Além do Ceará, que chegou ontem ao limite de ocupação de leitos de UTI, cinco estados veem mais próximo o esgotamento da rede hospitalar.
O presidente americano, Donald Trump, anunciou plano em três etapas para a retomada das atividades econômicas e sociais nos Estados Unidos , paralisadas por orientação da maioria dos estados por causa da pandemia da Covid-19, responsável por mais de 667 mil contaminações e 32 mil mortes no país. Ele reconheceu que os governadores têm autonomia legal para decidir sobre as medidas de restrição e definiu diretrizes gerais para a flexibilização do isolamento até o início do mês que vem. Apesar do desejo de Trump, sete estados estenderam ontem o isolamento até 15 de maio.
O que diz o plano: a primeira fase permite a reabertura de estabelecimentos, respeitando regras de distanciamento. A segunda prevê permissão a viagens não essenciais e reinício de aulas presenciais em escolas. Na terceira, pessoas consideradas vulneráveis poderiam retomar interações públicas. O plano prevê contratação de funcionários para rastrear contágios através de testagens.
Contexto: a pandemia acendeu alerta para Trump, que usava a bonança econômica como base de sua campanha à reeleição neste ano. Com a paralisação, mais de 22 milhões de americanos solicitaram o seguro-desemprego. O presidente, que reagiu com desdém no início da pandemia, adaptou seu discurso e tem usado os briefings diários para exaltar seu governo e suas ações contra o coronavírus.