Após sofrer derrota na Câmara dos Deputados, o governo negocia com Senado um texto alternativo ao pacote de socorro aos estados e municípios. A equipe econômica sugere auxílio de R$ 77,4 bilhões , dos quais R$ 40 bilhões em transferências diretas do Tesouro, e o restante de suspensão da dívida com a União e bancos públicos. A proposta foi rejeitada por deputados na segunda-feira. Em seu lugar, a Câmara aprovou projeto com custo de R$ 89,6 bilhões, que prevê que a União compense os entes federados de perdas na arrecadação de ICMS e ISS.
Ponto em debate: o governo considera a proposta da Câmara um “cheque em branco” para governadores e prefeitos e deseja contrapartidas, o que não consta do projeto da Câmara. A equipe econômica quer o compromisso de não haver reajuste de salários do funcionalismo por dois anos.
Nenhuma terapia se mostrou efetiva contra a Covid-19 até agora, aponta levantamento recente feito por cientistas da Universidade do Texas a partir de 109 testes clínicos. Drogas consideradas “promissoras” frustraram cientistas, que ainda nutrem esperança com o retroviral remdesivir, usado para combater o ebola. A cloroquina não entusiasmou os pesquisadores.
Em paralelo: outro estudo, realizado pela Escola de Saúde Pública de Harvard, prevê que a Covid-19 se tornará sazonal nos próximos anos, assim como outros coronavírus, que causam resfriados. Diante desse cenário, seriam necessários períodos repetidos de confinamento até 2022, para evitar que os hospitais ficassem sobrecarregados. A duração e a intensidade das restrições poderiam ser relaxadas com o avanço de tratamento e vacinas.
Em detalhes: a Bolívia, que é comandada por um governo provisório, enfrenta uma das situações mais complicadas no continente. O país deveria ir às urnas no dia 3 de maio para eleger novo presidente e renovar a Assembleia Legislativa, mas a eleição foi suspensa, sem data definida até o momento, e a quarentena foi ampliada até o dia 30 de abril.
Por falar nas urnas: a Coreia do Sul terá hoje, 85 dias após o primeiro caso de coronavírus, a primeira eleição nacional do planeta durante a pandemia. Os sul-coreanos vão eleger os 300 membros de seu Parlamento. Resultado do pleito deve refletir a avaliação popular sobre o desempenho do governo no controle da crise sanitária.
Nunca a elite nacional ofereceu um triste episódio como o que os Três Poderes da República e boa parte do andar de cima vêm oferecendo diante da epidemia