O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que governos estaduais e municipais têm poderes para decretar ordens restritivas durante a pandemia , mesmo que o governo federal adote depois medida em sentido contrário. Em decisão tomada em ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ele citou o isolamento social, a quarentena, a suspensão de atividades de ensino, as restrições de comércio, atividades culturais e a circulação de pessoas.
Em paralelo: o presidente Jair Bolsonaro voltou a se opor publicamente às medidas de isolamento, durante pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão. Afirmou que o governo federal não foi consultado “sobre amplitude ou duração” das medidas, mas que “respeita a autonomia” dos governadores e prefeitos. Mais cedo, Bolsonaro disse, em entrevista à Band, que pensa em submeter ao Congresso, por projeto de lei, a ampliação de categorias essenciais que poderão circular livremente, independentemente das restrições impostas.
Olhar da ciência: estudo de epidemiologistas do Imperial College de Londres mostra que políticas para o distanciamento social funcionaram, mas levaram até um mês para surtir efeito. Só na Europa, estratégia salvou 60 mil vidas até o fim de março.
Uma coalizão formada por hospitais de ponta como Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz conduzirá pesquisa com uso da cloroquina em pacientes com sintomas leves de Covid-19, que não chegaram a ser internados. Até agora, a substância vinha sendo aplicado em casos graves. Em entrevista, o médico Álvaro Avezum, diretor de pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e coordenador do estudo, diz que o objetivo é evitar que paciente seja hospitalizado : “É essencial ter uma pesquisa que compara, de maneira apropriada, quem recebe e quem não recebe o tratamento (com cloroquina)”.
O que se sabe: a pesquisa envolverá 1.300 pacientes de 14 estados e 50 cidades. Apenas metade do grupo usará a hidroxicloroquina; a outra parte será monitorada. O estudo observará o quadro clínico durante 30 dias.
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