Em meio aos planos de relaxamento gradual das medidas de isolamento, o governo federal, estados e municípios têm encontrado dificuldades na contratação de profissionais de saúde. Há pelo menos 3.668 vagas abertas para médicos. Desde a identificação do primeiro caso de Covid-19 no país, foram oferecidos 8.205 postos de trabalho — 45% não foram preenchidas.
Em detalhes: a iniciativa de maior alcance é do Ministério da Saúde, que vai contratar 3.391 médicos. Metade será direcionada para as capitais. Em outras frente, o governo federal recebeu 8.578 cadastros de profissionais da saúde, sendo 469 médicos, para atuarem na Força Nacional da Saúde.
Aconteceu ontem: o general Eduardo Pazuello foi confirmado como secretário-executivo do Ministério da Saúde e vai coordenar a logística de ações de enfrentamento à pandemia do coronavírus. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, ele afirmou à colunista Bela Megale que vai ficar no posto “até tudo isso se acalmar”.
O que aconteceu: a justificativa oficial foi a falta de recursos no Orçamento, diante da procura maior que a prevista pelo benefício. Cada parcela da ajuda mensal custará R$ 32,7 bilhões. A Caixa já transferiu R$ 31,3 bilhões, e 12 milhões de pessoas ainda aguardam o primeiro repasse.
Sem socorro, estados podem atrasar salário de servidor
Enquanto o governo negocia com o Senado a elaboração de um projeto alternativo de socorro a estados e municípios, secretários de Fazenda afirmam que o plano da equipe econômica é insuficiente para fazer frente às perdas de receita dos próximos meses por causa da crise do coronavírus. Eles pressionam por uma ampliação do modelo de socorro. Segundo gestores de Rio, Goiás, Rio Grande do Sul e Piauí, já há risco de atraso nos salários de servidores e pagamentos de fornecedores.
Existe coisa mais surrealista do que o Palácio do Planalto, de onde um ex-capitão cercado por generais de fatiota comanda o país, desdizendo-se cada vez que um pronunciamento “pega mal”?
Viu isso?
Mercado: o dólar atingiu R$ 5,40 ontem, novo recorde de cotação da moeda, que este ano já acumula alta de 34,9%.
Receitas da União: o governo federal arrecadou R$ 109,7 bilhões em impostos em março, o pior resultado desde 2010.