A prisão de dois suspeitos de assassinarem a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes não responde às duas principais perguntas sobre o caso: quem mandou matar e por qual motivo? Responsável pelo caso na Polícia Civil, o delegado Giniton Lages disse que “não tem ideia” sobre o mandante e o motivo. A polícia espera solucionar o caso em uma segunda etapa da investigação, já iniciada — até uma delação premiada dos presos foi cogitada pelo governador do Rio, Wilson Witzel.
Enquanto isso, o Ministério Público do Rio sustenta que Marielle foi executada em razão de sua atuação política. Uma divergência entre os órgãos ficou explícita com a convocação de duas coletivas de imprensa.
O que se sabe: o sargento reformado da PM Ronnie Lessa disparou os tiros contra a vereadora, e o ex-policial Élcio Vieira Queiroz dirigiu o carro usado no crime. A polícia acredita que apenas os dois estavam no veículo. Confira as provas apresentadas pelos investigadores.
O que aconteceu hoje: a operação recebeu destaque na imprensa internacional. Agentes encontraram fuzis desmontados e munição em um dos endereços ligados a Ronnie Lessa. (Assista ao vídeo). Ele foi preso de madrugada, quando saía de casa, avaliada em R$ 4 milhões, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca — o mesmo onde tem casa e vivia o presidente Jair Bolsonaro.
Por que isso é importante: o dinheiro foi pago pela Petrobras em cumprimento ao acordo que assinou com órgãos de fiscalização dos Estados Unidos. Parte da verba seria destinada às “autoridades brasileiras”. Procuradores de Curitiba decidiram administrar por conta própria o montante. Além da Câmara, ministros do Tribunal de Contas da União também eram contra.
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e sua irmã Andrea Neves tiveram os bens bloqueados no valor de R$ 1,686 milhão cada. A decisão é da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, no caso em que o parlamentar é acusado de receber propina do grupo J&F, do empresário Joesley Batista.
Por que isso é importante: Aécio e Andrea não foram condenados, mas, para a maioria dos ministros, o bloqueio pode garantir o pagamento de eventuais multas.
Indícios de irregularidades: auditores fiscais da Receita e do Trabalho acumularam, em dois anos, bônus que ultrapassam R$ 2 bilhões. O Tribunal de Contas da União cobrou explicações do ministro da Economia.
Fraude no turismo: fundador da maior operadora de viagens do país, a CVC, Guilherme Paulus admitiu pagar propina para se livrar de dívida tributária de R$ 161 milhões de outra empresa sua. Ele fez delação.
Armamento pesado no Rio: uma troca de tiros entre policiais militares e suspeitos na Rocinha deixou um homem morto. Os agentes de segurança foram atacados com granadas.
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