Um dia após a divulgação das gravações de conversas com o ex-ministro Gustavo Bebianno, o presidente Jair Bolsonaro deve ir ao Congresso apresentar sua proposta de reforma da Previdência. O governo fez ajustes de última hora no texto. Um deles foi elevar para 61 anos a idade mínima de aposentadoria para os homens do setor privado.
O que se sabe: Bolsonaro também vai divulgar as linhas gerais do projeto sobre regras de aposentadoria de militares — segundo fontes, as mudanças serão mais brandas. O governo deve propor aumento do tempo na ativa de 30 para 35 anos para homens e mulher e elevação gradual da alíquota de 7,5% até 10,5%.
Opinião: Míriam Leitão avalia a apresentação do texto em meio à revelação de intrigas do Palácio do Planalto e após a primeira derrota do governo na Câmara.
Representantes do governo minimizaram a proposta aprovada pela Câmara que derruba o decreto presidencial sobre a classificação de documentos secretos, argumentando que o resultado não representa atritos na relação com o Congresso. Porém, por trás da primeira derrota no Legislativo, há grande descontentamento de parlamentares com a articulação política do Palácio do Planalto.
Bastidores: parlamentares reclamam de pouco espaço na agenda do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), do líder do governo na Câmara, da exoneração de apadrinhados, da profusão de militares e da influência dos filhos do presidente.
Reação: o vice-presidente Hamilton Mourão, que assinou o decreto, disse que a derrota faz parte da democracia: “Perdi. Perdeu, playboy”.
Exonerado a mando de Jair Bolsonaro, o ex-ministro Gustavo Bebianno declarou, horas após a divulgação de conversas suas com o presidente, que considera o vereador Carlos Bolsonaro o único responsável por sua saída do governo. Ele ainda acusou Carlos de agir como “destruidor de reputações” e ter feito “macumba psicológica na cabeça do pai”. Veja declarações.
Costuma-se atribuir a responsabilidade dos erros do governo aos filhos, eximindo o pai. Diante de todo esse quadro, é o caso de perguntar: e se o problema for o pai, e não os filhos?
Viu isso?
O ‘banco paralelo’ do caso Cabral: o Ministério Público Federal encontrou 17 mil caixas de documentos em um depósito que pertence à Trans-Expert, suspeita de guardar e distribuir dinheiro de propina no Rio.
Presidente da CNI deixa a prisão: detido na manhã de terça, Robson Andrade foi solto à noite, depois de prestar depoimento à Polícia Federal.
Investigação sobre espancamento: enquanto aguarda depoimentos de Elaine Caparróz e dos pais do agressor, Vinícius Serra, a Polícia Civil procura possíveis agravantes no crime: há indícios de premeditação.
Exemplo global: o Vaticano pretende usar a investigação de denúncias de abuso de menores e corrupção em diocese no interior de São Paulo para mostrar sua nova política de “tolerância zero” a pedofilia e desvios.
Sem acordo para indenizações: chegaram ao fim, sem sucesso, as tratativas para indenizar as famílias das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu. A Defensoria Pública vai orientar familiares a procurar reparação na Justiça.
Brasil atuará na fronteira: o governo confirmou que participará da entrega de ajuda internacional à Venezuela, no sábado, em parceria com os Estados Unidos.
