O ESSENCIAL: Revelações do caso Queiroz-Bolsonaro elevam tensão no Planalto
E mais: A estreia do presidente em Davos, morte de Marcelo Yuka, vigilância em Copacabana e avanços contra dengue e zika
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RIO, 21 de janeiro de 2019
O ESSENCIAL DA MANHÃ
Olá, bom dia.
Começamos a semana com as novas revelações sobre as movimentações do senador eleito Flávio Bolsonaro e do seu ex-assessor Fabrício Queiroz, lembramos o compositor Marcelo Yuka, um intérprete das ruas do Rio de Janeiro, emostramos como hospitais públicos estão curando os efeitos neurológicos mais graves de doenças como dengue e chicungunha.
O caso das movimentações suspeitas do senador eleito Flávio Bolsonaro e do seu ex-assessor Fabrício Queiroz ganhou força no final de semana. O colunista do GLOBO Lauro Jardim revelou que a movimentação de Queiroz de 2014 a 2017 foi de R$ 7 milhões, muito mais do que o R$ 1,2 milhão em um ano que se sabia até então. O noticiário dos últimos dias elevou a tensão no Palácio do Planalto.
Por que isso importa: Assessores do presidente temem que Flávio Bolsonaro não consiga explicar as movimentações e que o caso acabe por respingar em Jair Bolsonaro, que se elegeu com forte discurso contra a corrupção. Auxiliares já revelaram que foram pegos de surpresa e que a extensão do problema ainda é desconhecida. O caso gerou uma série de críticas no território que impulsionou a família Bolsonaro eleitoralmente: as redes sociais.
O que diz Flávio Bolsonaro: O filho do presidente deu ontem à noite entrevistas para tentar explicar o caso. Na sexta-feira, o Jornal Nacional revelou que ele recebeu em sua conta R$ 96 mil em um mês, em 48 depósitos de R$ 2 mil cada um, uma tática normalmente usada para tentar driblar a fiscalização. O senador eleito afirmou que o dinheiro veio da venda de um apartamento.
Em meio à crescente turbulência, o presidente Jair Bolsonaro viajou na noite de domingo para Davos, na Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial, que todos os anos reúne a elite econômica e política global. Em sua estreia internacional, Bolsonaro afirmará que a "refundação da economia brasileira" em bases liberais é um compromisso do seu governo.
Por que isso é importante: com a ausência de líderes como Donald Trump, Bolsonaro discursará na terça, primeiro dia do fórum, um sinal de prestígio. Investidores esperam garantias de abertura comercial e reforma da Previdência.
Saiba mais: dez anos depois da crise financeira de 2008, os executivos que frequentam Davos recuperaram seus ganhos e estão mais ricos.
O compositor, baterista e ativista carioca Marcelo Yuka, fundador da banda Rappa, que ficou paraplégico em 2000 ao ser baleado por tentar evitar um assalto, morreu no fim da noite da última sexta-feira, aos 53 anos. Ele estava internado desde 2 de janeiro, depois de sofrer um AVC.
Repercussões: Emicida, Marcelo Freixo e o rapper BNegão comentam a vida e a obra do compositor. Seu biógrafo, Bruno Levinson, escreve sobre a amizade dos dois: "Nunca vi Yuka com ódio".
A simples enumeração de ataques como os de Fortaleza interessa aos criminosos. É preciso mostrar que a vida segue apesar deles.
Viu isso?
Está na cara: em entrevista, o novo secretário da PM do Estado do Rio, coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, anuncia a instalação de câmeras de reconhecimento facial em Copacabana. O comando da recém-encerrada intervenção federal no Rio, aliás, comprou drones e câmeras "olhos de águia" para a polícia.
União anti-Maduro: o ex-chavista e ex-candidato presidencial Henri Falcón anunciou que apoia a campanha do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, para formar um governo de transição. A força da oposição a Nicolás Maduro será testada em protesto nesta quarta.
Estratégia pró-reforma: o governo federal vai acenar com um ajuste na idade mínima para ganhar apoio do Congresso à reforma da Previdência. Em busca de endosso popular, planeja uma campanha nas redes sociais expondo setores que teriam aposentadorias privilegiadas.
Faltas abonadas: o vereador Carlos Bolsonaro atestou a presença integral do ex-assessor Tercio Arnaud Tomaz em 2018, embora o funcionário trabalhasse na campanha do seu pai, o presidente Jair Bolsonaro. Neste ano, Tomaz foi nomeado assessor da Presidência.
Reportagem mostra como cientistas da rede pública do Rio estão conseguindo curar casos neurológicos graves provocados pelos vírus da dengue, da zika e do chicungunha, todos transmitidos pela picada do Aedes aegypti