Candidato da aliança entre peronistas e kirchneristas, Alberto Fernández foi eleito presidente da Argentina neste domingo. Ele e sua companheira de chapa, a senadora e ex-presidente Cristina Kirchner, conseguiram 48% dos votos, derrotando o presidente Mauricio Macri, que tentava a reeleição. A crise econômica que Macri herdou e não conseguiu resolver, entregando um país com indicadores ainda piores do que recebeu, facilitou o caminho.
Quem é ele, afinal? Professor há 35 anos da Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Buenos Aires, a mais importante do país, Alberto Fernández é um camaleão político que sempre atuou nos bastidores. Foi chefe de Gabinete de Néstor Kirchner e passou quase dez anos rompido com Cristina.
E agora? A crise econômica ocupou papel central na campanha — muito acima de questões como os escândalos de corrupção envolvendo ex-funcionários kirchneristas e até mesmo a ex-presidente e sua família, Fernández foi uma revelação política com a qual o macrismo não contava. O mercado teme que um governo peronista e kirchnerista faça mudanças radicais na política econômica, e há dúvidas sobre uma eventual renegociação da dívida pública, iniciativa que Fernández já antecipou. A aliança não deu muitas pistas sobre seu programa econômico, e essa incerteza preocupa investidores dentro e fora do país.
E no Chile: o presidente Sebastián Piñera decretou o fim do estado de emergência a partir de hoje. Ele alertou os ministros para colocarem seus cargos à disposição, e analistas dizem que pelo menos nove devem deixar o governo. As manifestações seguem, contra a qualidade dos serviços públicos e o custo de vida elevado.
O prefeito Marcelo Crivella enviou à Câmara Municipal um projeto de lei que facilita construções em encostas de toda a cidade até o limite das áreas de conservação ambiental. O pacote abre caminho também para apartamentos menores na Zona Sul e na Barra, além de prever a legalização de boa parte dos loteamentos de classe média construídos irregularmente na Zona Oeste. Veja as principais mudanças propostas.
O caminho do projeto: O texto começou a tramitar na segunda-feira passada. Apenas quatro dias depois, já tinha recebido parecer favorável na maioria das comissões.
O que dizem os especialistas: O mercado imobiliário aprovou, mas urbanistas criticam a medida. Eles argumentam que, desde a década de 1970, essas áreas mais íngremes da cidade são protegidas por lei para reduzir os riscos de deslizamentos. "Se essa proposta passar, o impacto urbanístico será irreversível", alerta o arquiteto Washington Fajardo.
Em entrevista exclusiva, principal analista econômico do jornal liberal britânico diz que não ficou surpreso com a revolta no Chile e avalia a situação do continente